A matriz CSD (Certezas, Suposições e Dúvidas) é uma ferramenta fundamental para qualquer equipe que esteja começando um projeto de discovery, inovação ou desenvolvimento de produto. Logo no início, ela permite mapear três dimensões do conhecimento: aquilo que já se sabe com segurança, o que se presume sem validação e, por fim, o que ainda precisa ser investigado com dados reais.
Dessa maneira, a matriz contribui para que o processo de tomada de decisão se torne mais estruturado, menos baseado em achismos e, acima de tudo, orientado por evidências concretas. Além disso, ao envolver diferentes áreas, como produto, tecnologia e negócios, ela promove alinhamento e colaboração desde as primeiras etapas.
Portanto, utilizar a matriz CSD no início de um projeto não apenas organiza o pensamento coletivo, mas também impulsiona a eficiência do discovery.
Principais características da matriz CSD
A matriz CSD se destaca por sua simplicidade de estrutura, mas também por sua profundidade estratégica. Por esse motivo, muitas equipes adotam essa ferramenta como ponto de partida em projetos, produtos ou funcionalidades.
Além do mais, ela é flexível o suficiente para se adaptar a diversos contextos. Seja no planejamento de soluções novas, seja na reavaliação de experiências existentes, sua aplicação traz valor imediato.
A sigla CSD significa:
- Certezas: fatos validados, aprendizados anteriores ou dados concretos confirmados
- Suposições: hipóteses ainda não testadas, percepções do time ou interpretações não validadas
- Dúvidas: perguntas em aberto, lacunas informacionais e pontos que exigem pesquisa adicional
A partir dessa estrutura, a equipe consegue visualizar de forma clara o que está confirmado, o que requer validação e o que permanece obscuro.
Por que aplicar a matriz CSD no início de um projeto?
Ao aplicar a matriz CSD nas etapas iniciais, o time consegue alinhar visões, antecipar riscos e acelerar a aprendizagem. Veja, a seguir, os principais benefícios dessa prática estratégica:
- Primeiramente, ela alinha o conhecimento entre todos os envolvidos, garantindo entendimento compartilhado
- Em seguida, ela torna visíveis as suposições ocultas, que muitas vezes passam despercebidas em reuniões iniciais
- Além disso, ela prioriza dúvidas importantes, ajudando a direcionar pesquisas e entrevistas com mais foco
- Consequentemente, ela reduz decisões baseadas em achismos, o que diminui retrabalho mais adiante
- Por fim, ela promove uma cultura investigativa e baseada em dados, o que fortalece a confiança nas entregas
Logo, a matriz CSD oferece uma base sólida para qualquer ciclo de discovery bem-sucedido.
Como montar uma matriz CSD: passo a passo
Montar a matriz é simples, mas exige envolvimento ativo e intencional do time. Abaixo, você confere um roteiro prático para aplicar a ferramenta com consistência:
- Reúna os principais stakeholders do projeto, como produto, design, tecnologia e negócio
- Defina claramente o problema ou contexto que será explorado, como por exemplo: “Como melhorar a jornada de recarga no app?”
- Monte um quadro físico ou digital, usando ferramentas como Miro, FigJam ou Jamboard, com três colunas rotuladas:
- Certezas (verde)
- Suposições (amarelo)
- Dúvidas (vermelho)
- Peça que todos participem ativamente, registrando post-its com base no que sabem, no que acreditam e no que ainda não compreendem
- Depois disso, promova uma discussão em grupo, ajustando classificações, buscando consenso e levantando novas questões
- Por fim, utilize os resultados para priorizar hipóteses, definir entrevistas, testes ou benchmarks, e organizar os próximos passos do discovery
Ao seguir essas etapas, o time transforma conhecimento disperso em um plano de ação claro, validável e compartilhado.
Exemplo prático de matriz CSD aplicada
Para ilustrar sua aplicação na prática, veja o exemplo abaixo, baseado em um projeto real:
Certezas
- 80% dos usuários utilizam boleto para recarga
- A jornada atual possui cinco etapas
Suposições
- O processo é percebido como demorado pelos usuários
- A funcionalidade de recarga automática é pouco utilizada porque não é conhecida
Dúvidas
- O que levaria o usuário a escolher Pix em vez de boleto?
- A interface da tela de valor apresenta obstáculos de entendimento?
Com esse material em mãos, o time pode estruturar entrevistas, criar protótipos e validar hipóteses com muito mais clareza e direcionamento.
Quando utilizar a matriz CSD
Embora sua aplicação seja mais frequente no início dos projetos, a matriz CSD pode — e deve — ser usada em diversos outros contextos. Confira, a seguir, os momentos ideais para utilizá-la:
- Logo no início do discovery, para definir o foco das investigações
- Durante o kickoff de produtos ou funcionalidades, a fim de alinhar expectativas entre áreas
- Antes de planejar experimentos ou testes, ajudando a selecionar hipóteses com mais impacto
- Em reuniões com áreas desalinhadas, para tornar visível onde estão as divergências
- Ao revisar aprendizados anteriores, comparando o que era suposição com o que foi validado
Portanto, a matriz é útil não apenas para iniciar, mas também para ajustar, revisar ou reorientar um projeto em andamento.
Ferramentas que ajudam a aplicar a matriz CSD
Diversas ferramentas digitais tornam a matriz CSD ainda mais eficiente, especialmente em times remotos ou híbridos. Veja algumas recomendações abaixo:
Ferramenta | Aplicação prática |
---|---|
Miro / FigJam / Mural | Quadros visuais colaborativos com templates prontos |
Notion / Confluence / Google Docs | Registro contínuo e compartilhável das hipóteses e aprendizados |
Jira / ClickUp | Transformação de suposições e dúvidas em tarefas do discovery |
Com essas ferramentas, o time documenta, compartilha e revisita o conhecimento com facilidade, promovendo aprendizado constante.
Conclusão: mais clareza antes da ação
A matriz CSD oferece um mapa claro do que o time sabe, do que ainda assume sem validação e do que precisa descobrir com urgência. Ao utilizar essa ferramenta de forma contínua, a equipe ganha mais segurança, foco e agilidade no desenvolvimento de soluções que realmente fazem sentido.
Além disso, ela estimula a curiosidade, amplia a escuta ativa entre áreas e fortalece decisões baseadas em dados, e não em opiniões isoladas.
Por isso, quanto mais cedo a matriz for aplicada — e quanto mais vezes for atualizada —, mais alinhada estará sua equipe com os objetivos do projeto.
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